O Treinamento em Espaço Reduzido

PORQUÊ: A evolução do futebol ocasionou mudanças na forma de disputar o jogo. A grande capacidade física dos jogadores, adquirida pelo desenvolvimento científico e tecnológico, fez com que os mesmos passassem a percorrer uma distância maior durante a partida (fala-se – em média - em 14km, contra 7,5 km em 1970). O intervalo entre suas ações durante a partida também diminuiu (aumento da intensidade). Ou seja, a velocidade do jogo aumentou juntamente com o avanço tático. Dessa forma, o jogador moderno necessita tomar decisões rápidas num curto espaço de tempo. Para que isso ocorra, é necessário rapidez de raciocínio e criatividade. Diante disso tudo surgiu uma nova alternativa de treinamento, O ESPAÇO REDUZIDO, que tem como objetivo estimular o jogador a desenvolver uma autonomia de ações e decisões, tornando-o assim, mais completo e adequado ao novo contexto competitivo do futebol.

O QUE É: Trata-se de uma nova alternativa metodológica para treinamento de equipes de futebol. Compreende a transferência de componentes do jogo – táticos, técnicos, físicos e psicológicos – para atividades coletivas num pequeno espaço do campo/quadra. É uma proposta para otimizar a criatividade e autonomia dos jogadores. Repetindo ações, no contexto do jogo, e o alto índice de contato com a bola, proporcionará ao jogador um desenvolvimento motor (coordenativo e técnico) e cognitivo. Esse treinamento ensina o jogador a improvisar, a ser autônomo, diferentemente do treinamento tecnicista (aquele baseado em exercícios predominantemente técnicos), onde o jogador é robotizado e sua criatividade pouco estimulada.

FINALIZANDO: Assim como o drible, a criatividade é dependente da individualidade do jogador, não havendo regras para o seu desenvolvimento. Para tanto, ela deve ser estimulada no treinamento através da repetição sistemática de situações complexas que necessitem ser solucionadas. Portanto, o treinamento em espaço reduzido pode ser uma alternativa metodológica interessante como forma de aperfeiçoar a capacidade de improvisação por parte dos atletas e o pensamento rápido dos mesmos.

(Na imagem ao lado vemos um modelo bastante utilizado nos treinamentos. Duas equipes em meio campo, cada uma com 6 jogadores. Uma delas tem como alvo a baliza normal, enquanto a outra ataca as outras duas balizas (que devem ser menores). Variação: Números limitados de toques, superioridade numérica, etc).